Trocando idéias

Escolhi um caminho na vida, que me levou a descobrir o prazer em atividades que sempre neguei fazer como cozinhar e costurar. Além disso agora sou mãe e essa palavra passou a ter um novo significado para mim. Nesse espaço pretendo compartilhar experiências e idéias pelas quais tenho passado.
Viver é experimentar, é mudar, é aprender com paciência e, aos poucos, conquistar uma modesta sabedoria.





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Instinto ou amor materno?

Instinto  ou amor materno? Não importa! Só sei que senti uma força brutal tomar conta do mim e me vi como uma leoa agarrando sua cria pelos dentes para afastá-la do perigo.

Isso aconteceu no dia 08 de setembro de 2011. Deixei minha filha na escola e, por volta das 09 horas da manhã, fui ao centro de Blumenau, por onde passa também rio Itajaí Açu. Chovia muito e já sabia da possibilidade de enchente, mas achava que aconteceria de forma mais lenta. Nunca tinha passado por uma situação como esta. Em 2008, que foi mais catastrófica devido aos deslizamentos de terra, viajei para a Bahia dois dias antes de tal fatalidade. Enfim, era tudo novo para mim.

Resolvi o que precisava resolver e fui dar uma olhada nas lojas. Mas alguns lojistas guardavam as mercadorias em sacos, outros já colocavam seus produtos  nas malas dos carros. De início fiquei sem entender o que ocorria. Como era cedo, eu achava que eles estavam abastecendo as lojas, em vez de retirarem as mercadorias. Até que caí na real e compreendi, a enchente era fato consumado. Foi quando me deu um aperto no peito e pensei na minha filha. Queira pegá-la, agarrá-la na verdade, e levá-la para casa, que até então fica em um bairro seguro (alto e sem morros ao redor). Eu me via abraçando-a e chegando em casa.

Foi uma sensação nova, maior e que tomava conta do meu corpo. Foi diferente de cuidar de uma doença, ou até de um acidente, quando caí ou escorrega. Acredito que a sensação foi proporcional ao que estava para acontecer. Agora era uma ação da Natureza, um rio violento invadindo um novo espaço! E, como sou inexperiente no assunto,  sabe-se lá o que poderia acompanhar essa enchente. Precisava da minha filha junto de mim, para protegê-la.

Entretanto, a razão controlou o sentimento, ou o instinto, mas a tensão era latente. Não havia ninguém desesperado ou correndo pelas ruas. Como já citei, eu era a inexperiente, então primeiro confirmei a previsão da enchente e, aí sim, liguei para a escola, que já estava liberando os alunos seguindo a orientação da Secretaria de Educação. Fui buscar minha filhota e aí relaxei interiormente.

Sabe-se que o instinto animal é inato, mas na história da nossa sociedade, o zelo pela etapa infantil da vida e o cuidado da mãe com as crianças tal como acreditamos ser correto  é algo que surgiu a partir do século XIX, sem contar as variações de educação dada de acordo às diversas culturas ainda existentes ( http://www.brasiliaemdia.com.br/2007/5/10/Pagina2271.htm).

É....surpreendente sim; teve um período que as mães não cuidavam dos filhos! E isso era o comum, hoje ficamos horrorizados com os abandonos e maus tratos. Porque o AMOR que surge com o nascimento e criação do filho, é algo único. A ligação é tão forte, que só em momentos como esse descrito da enchente, isto é, de perigo iminente ( como doenças, acidente, sumiço da criança), para podermos, de fato, descobrir a sua força.

2 comentários:

  1. Nossa, Jaqueline!
    Imagino sua aflição com tudo isso...
    Só de ver pela TV é difícil, imagine pessoalmente, com riscos para a própria filha.
    Emocionante o seu texto!
    Fez com que eu conseguisse visualizar as situações com riqueza de detalhes e realismo.
    Parabéns!
    bj
    Josie

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  2. Obrigada amiga. Como vc já sabe ando meio afastada do blog, mas pretendo retornar. Nossa...e eu nem lembrava mais desse texto. Tô mal... rsrsrs, mas ei de melhorar!!! Beijos

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